quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ana escreveu parte da história da mulher brasileira


Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretãs era doceira de profissão. Estudou apenas as quatro primeiras séries e vivia longe dos grandes centros urbanos. Não tinha acesso aos livros, mas um dia tornou-se Cora Coralina, uma grande poetisa brasileira.

Nasceu na então cidade de Goiás em 20 de agosto de 1889 e faleceu no dia 10 de abril de 1985 em Goiânia. Publicou o seu primeiro livro quando já tinha 76 anos de idade, em junho de 1965, com o título Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Mas desde quando tinha 14 anos de idade Cora Coralina escrevia textos que eram publicados em jornais da própria cidade e da região.

Em 1910 casou com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretãs e um ano depois teve que se mudar para o Estado de São Paulo por causa do serviço do marido. Viveu em Avaré, Jaboticabal e São Paulo. Anos depois ficou viúva e tornou-se vendedora de livros. De São Paulo foi para Penápolis, onde produziu e vendeu lingüiça caseira e banha de porco. Uma nova mudança a levou a Andradina e de lá pode, finalmente retornar para Goiás.

Após ter completado 50 anos de idade Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretãs assumiu o pseudônimo de Cora Coralina. Justificou que havia passado por uma profunda transformação interior, algo que em seguida explicou que seria a perda do medo.

No site http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=2336, o trecho de um texto diz: “Senhora de poderosas palavras, Ana escrevia com simplicidade e seu desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua produção artística priorizasse a mensagem ao invés da forma.
Preocupada em entender o mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, Ana parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da Cidade de Goiás, que permitiu a ela a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.”

Um texto de Cora Coralina:

Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”


(Cora Coralina)

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