quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dica de leitura - A história de Mukhtar Mai

Na véspera dos cinco anos de vigência da Lei Maria da Penha (Lei 11.340), que começou a valer no dia 22 de setembro de 2006, a dica de leitura de Desonrada, escrito pela jornalista francesa Marie-Thérèse Cuny. Conta a história da paquistanesa Mukhtar Mai, que em 2002 foi julgada por uma espécie de conselho tribal formado só por homens – cerca de 100 – e condenada a um estupro coletivo.


Mukhtar, de 28 anos, pertencia a uma casta inferior e foi pedir clemência para o irmão mais jovem, que estava para ser condenado à morte por ter se envolvido com uma mulher de um clã superior. Além de ignorar o pedido de Mukhtar, o líder tribal ordenou a punição imposta pelo conselho.

A mulher foi arrastada por quatro homens armados, que a agarraram pelos braços e puxaram suas roupas, o xale e o cabelo. Dentro de um estábulo vazio os homens a violentaram no chão de terra batida. Mukhtar relata no livro que não tem noção do tempo que durou o estupro.

Por três dias permaneceu trancada em seu quarto, sem conseguir falar e comer. Pensou em se suicidar, mas reuniu forças para reagir. Tempos depois montou uma escola para meninas, onde diz encontrar conforto.

O fato aconteceu no vilarejo de agricultores chamado Meerwala, a 600 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão. Mukhtar confessa que a dor daquele epsódio ainda é muito forte, mas iniciou um movimento que contesta a condição feminina em seu país e questiona hábitos ancestrais como a jirga, o conselho tribal que a condenou.

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