quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Menininha de seis anos mexeu com as pessoas



Sim, Mafalda, aquela dos quadrinhos. Quem é que não lembra? As estorinhas eram de uma menina preocupada com a paz mundial e a humanidade. Mafalda era uma rebeldezinha e com a sua postura contestadora ganhou o público da América Latina e da Europa.

No dia 29 de setembro de 1964 a primeira tira de quadrinhos desta menina, criada pelo cartunista Quino, foi publicada no jornal Primera Plana, na Argentina. Na verdade a personagem havia sido concebida para  propaganda que circularia em o Clarín dois anos antes. Mas um rompimento do contrato engavetou a produção.

A passagem pelo Primera Plana foi curta. Em março de 1965 o jornal teve que interromper a produção por causa de uma disputa jurídica sobre a quem pertencia a personagem e suas histórias. Não demorou uma semana e as tiras de Mafalda passaram a ser publicadas todos os dias no jornal Mundo, de Buenos Aires.

O Mundo faliu em dezembro de 1968. Então Mafalda ficou fora dos jornais até junho de 1968, quando o Siete Días Ilustrados passou a publicá-la. O autor decidiu interromper a publicação das histórias em junho de 1973. Mas Mafalda continuou aparecendo mesmo assim. Basta conferir o material de uma campanha da Unicef em 1976: a menina ilustra a Declaração Universal dos Direitos da Criança.

Nas estorinhas, Mafalda é uma menina de seis anos de idade que questiona o jeito que o mundo se encontra. Papá, seu pai, é empregado de uma companhia de seguros e fica desesperado quando analisa a sua idade. Mamã, a mãe, é dona de casa e por não ter completado os estudos é considerada medíocre pela filha.

Outros personagens das tiras de Mafalda são Felipe, Manoelito, Susanita, Guille, Miguelito, Liberdade e a tartaruguinha Burocracia.

É de se pensar que a própria caracteristica questionadora da personagem criada por Quino tenha resultado em tantas controvérsias no período de publicação das histórias. Disputas jurídicas, rompimento de contrato, falência de um jornal e depois o desinteresse do autor acabaram com as estórias da menina que, diferente dos modelos da Disney, mexeu com os leitores dos quadrinhos. Mafalda era uma revolucionária e, naqueles anos, muita pessoas tinham a necessidade de abrir a boca no mundo mas não sabiam como fazer isso.

Felizmente temos, na atualiade, um elevado número de Mafaldas, principalmente nas organizações populares. São elas que garantem às pessoas, senão o que seria ideal, pelo menos o mínimo necessário para que haja atendimento em saúde, educação, cultura, emprego e oportunidades para todos.

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