quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Elas se armam de cautela e chegam onde querem

Lavar, passar, cozinhar, guardar, arrumar, educar, amar, trabalhar, contentar e recomeçar. Sempre...

O cotidiano da maioria das mulheres brasileiras é de sobrecarga de tarefas. Na verdade, missões. Algumas porque o próprio modelo cultural historicamente impõe à mulher funções que desobrigam o homem a exercê-las. Dentre elas estão aquelas que se feitas por homens colocam em dúvida a masculinidade.

Esta forma de agir e pensar perde força, mas jamais podemos dizer que está com os dias contados. É de se considerar que até recentemente alguns homens não queriam que suas mulheres trabalhassem. Seja por ciúme ou por outro tipo de insegurança, estes queriam suas esposas em casa para as tarefas diárias que relacionamos no início do texto: lavar, passar, cozinhar, cuidar, guardar, arrumar, educar, amar, contentar e recomeçar no dia seguinte.

Veja que tiramos desta última vez a palavra trabalhar. Isto porque na cabeça de alguns homens as atividades domésticas não são trabalho. São obrigações do sexo frágil. Do tipo: “Enquanto eu trabalho você fica arrumando a casa e cuidando das crianças”.

É bem isso. Só quando a cinta começou a apertar é que os homens assumiram que a mulher teria que ser parceira na obtenção da renda familiar.

Ainda assim podemos dizer que, mesmo no Brasil, o quadro hoje é da presença feminina marcante em áreas vitais do país. Se a cultura machista ainda é forte, a nossa presidenta é mulher. Ainda na política as mulheres, se numericamente ainda são inferiores, em conteúdo e propostas chegam a ser supremas. E vai na economia, na saúde, na educação, nas artes e assim por diante.

Este avanço foi plantado lá longe, anos atrás. Não estamos nos referindo aos movimentos pela emancipação da mulher. Tratamos aqui de iniciativas individuais e temos bons exemplos na medicina.

Alguém já ouviu falar de Maria Augusta Generosa Estrela? Ela foi a primeira brasileira a ter diploma em medicina. Para isso, teve que estudar nos Estados Unidos, pois no Brasil era proibido a mulher freqüentar curso de medicina. Maria Augusta, que nasceu no Rio de Janeiro, se formou em 1881, em Nova York.

Rita Lobato Velho Lopes, que nasceu no Rio Grande do Sul, foi a segunda mulher brasileira a se formar em medicina e foi a primeira a concluir o curso no Brasil, em 1887. Outras duas gaúchas, Ermelinda Vasconcelos e Antonieta César Dias, se formaram em 1888 e 1889 respectivamente.

Assim podemos dizer que os dias dos machistas não estão contados, mas a tempos a moral deles sofre abalos não com tiros desferidos pelas costas, mas com a luta individual das mulheres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE: