A economia que conhecemos, e muito bem, está no nosso dia-a-dia: se chover muito a verdura encarece porque os produtores tiveram perdas; no caso contrário, estiagem prolongada significa alface, repolho, tomate, abóbora, cebola e outros itens mais caros, porque houve prejuízos no campo.
E se percebe, ao mesmo tempo, que com chuva ou estiagem quem se dá mal é sempre o produtor rural. Em clima apropriado e produção normal, quem ganha menos é este mesmo, o agricultor. Então, na ponta final do negócio agrícola, que está na venda direta ao consumidor, que somos nós, há ainda estudioso que justifica: o tomate está caro porque choveu ou estiou, o combustível eleva o custo do frete, os impostos fazem isso e fim de conversa. Fácil, não? Análise desse tipo todos nós fazemos. Quanto ao produto que está com preço elevado, ou você paga e leva para casa ou deixa de consumi-lo.
O caso do leite, por exemplo, está duradouro. Safra ou entressafra, dólar alto ou baixo, o preço está cada vez nas alturas. Com o encarecimento do leite, os derivados sobem junto. Está muito difícil, desse jeito, montar uma bela e gostosa pizza em casa.
A carne tem o preço batendo no céu. E o frango, que era a opção, vai aos pouco no mesmo caminho. Então resta a lingüiça. Ou parte-se para o ovo? Se o consumidor aproveitar a promoção encontra a dúzia do produto bem em conta. Mas fora disso, os mais graúdos custam lá pelos três reais.
E de repente aparece no jornal, na televisão e no rádio que o preço da cesta básica teve queda. Claro, caiu na análise oficial, mas subiu no nosso cotidiano, este que não dispensa um demorado exercício de matemática para somar a renda da família e subtrair conta de água, luz, telefone, aluguel, ônibus, medicamento e o que sobra para as compras do mês.
Nisso só entram alimentos e produtos básicos de higiene e limpeza. O resto é objeto do desejo. Enfim, é o parâmetro que temos para medir se a economia vai bem ou mal. E os nossos indicadores econômicos são infalíveis porque são baseados nos nossos sacrifícios.
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