Vejam que interessante: “A burca das sauditas nunca garantiu proteção contra o constrangimento na hora de escolher o item mais íntimo do guarda-roupa de uma mulher. Cobertas da cabeça aos pés, muitas deixaram de comprar lingerie em lojas para evitar a exposição diante de vendedores homens – os únicos que podiam exercer tal função. Até ontem (5 de janeiro de 2012). Uma lei saudita de 2006, que entrou em vigor apenas ontem, não só permite que lojas de roupas íntimas e de departamento contratem vendedoras, como proíbe que as consumidoras sejam atendidas por homens”.
O trecho é de matéria publicada na edição desta sexta-feira, dia 6 de janeiro de 2012, na página A11 da Folha de S.Paulo. Prossegue: “A decisão foi vista como uma conquista na luta por igualdade de gênero no país. A questão já tinha sido mote da campanha ‘Chega de constrangimento’, divulgada pelo Facebook”.
Segundo a matéria da Folha de S.Paulo, a lei deve abrir até 40 mil vagas para as mulheres sauditas, “que ainda têm um estreito leque de opções de trabalho”. Se houve comemoração da mulher saudita, o lado conservador já deu o seu grito. O xeque Abdul-Aziz Al Sheikh, considerado o clérigo mais importante do país, acha que a nova lei é uma afronta à lei islâmica.
A matéria transcreve a posição desse cara: “O fato de mulher ficar cara a cara com um homem para vender a ele sem qualquer vergonha pode levar a transgressões, que serão cobradas dos proprietários das lojas”.
Cá para nós: acorda xeque. Esta conquista já está selada. Pelo menos isso, não? Porque ainda somos obrigados a ler e ouvir que algumas civilizações atrasadas condenam mulheres acusadas de adultério à morte por apedrejamento.
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