Uma data de luta! O 28 de janeiro é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, instituído para homenagear os auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e o motorista da equipe, Ailton Pereira de Oliveira. Eles foram assassinado no dia 28 de janeiro de 2004 quando verificavam denúncia de trabalho escravo na zona rural de Unaí, no Estado de Minas Gerais.
E vai que alguém duvide que há ainda trabalho escravo no Brasil. Ou que as ocorrências de trabalho escravo sejam esporádicas, de um caso ou outro num interiorzão do país. Só em 2011 os fiscais do Ministério do Trabalho resgataram 2.271 trabalhadores em situação de escravidão.
Além de registros de casos extremos, temos outras formas de escravidão nesta modernidade questionável. Dizemos isso porque a tecnologia está à disposição, mas de vez em quando, ou na maioria das vezes, é inacessível para uma maioria. Também porque a escravidão desta era digital nem sempre se faz com guilhotinas e trabalho forçado.
Na verdade, fundamentado na falsa leitura do capitalismo – este mesmo capitalismo que agora é motivo de debates no Fórum Econômico Mundial – os pseudo capitalismo trocaram os grilhões por uma arma muito mais letal: a pressão psicológica. Trabalha-se à revelia da jornada regulamentada para as profissões. E quem não fizer isso corre o risco de ficar desempregado.
Faz-se o que é dever da atribuição e muito mais. Se for preciso, o gerente varre o pátio, a recepcionista limpa as janelas, o encarregado de serviços bancários carrega pesadas caixas atravessando um trânsito neurótico. E diga não para ver o que acontece.
Alguns sindicatos viraram pró-forma. Só brigam pelo reajuste anual. Ocupam as mesas de negpociações e saem cantando vitória. Aspectos relacionados à dignidade do trabalho são desprezadas.
Enfim, a escravidão da era digital é muito mais nociva. E corre sorrateira nos locais de trabalho. Tão disfarçada que nem as próprias vítimas percebem que são escravas.
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