quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Jornal tem que mostrar a cara e a realidade

A Editoria de Economia da Folha de Londrina merece menção pela publicação da reportagem “Cesta sobe 10,26% em Londrina e ‘corroe’ reajuste do mínimo”. Este tipo de abordagem seria, na verdade, item das pautas de todos os veículos de comunicação, sejam impressos, rádio, televisão e internet. Mas, em alguns casos, percebe-se flagrante preservação de interesses através da omissão.

É comum lermos nas capas dos jornais chamadas eufóricas sobre redução do desemprego de acordo com os institutos que de uma forma ou de outra estão ligados ao governo. Os próprios indicadores da economia são tratados assim.

É bom que fique claro: não são os institutos de pesquisa que erram. Eles trabalham com metodologias cientíticas e apresentam os números de acordo com elas. Erram, sim, aqueles que manipulam os resultados e nisso os meios de comunicação costumam estar envolvidos.

Às vezes um levantamento sobre o emprego e o desemprego apresenta resultado positivo em relação a algumas poucas faixas salariais e categorias profissionais. Mas a matéria que se publica ou se leva ao ar é produzida tão aporcalhadamente que as informações são de que tudo está muito bem para todos. E os patrocinadores desses números, que não é o instituto de pesquisa, mas o governo, gargalha aliviado pela complacência dos meios de comunicação.

Temos que dizer que às vezes esse enfoque generalizado é por preguiça. Em outras ocasiões por desmazelo. Mas pode ocorrer por tendência escandalosamente governista. Essa tendência, é bom que se frise, tem um preço elevado. E esse custo não é o governo quem paga. Somos nós, os contribuintes, que desembolsamos.

Estamos, enfim, nos referindo aos meios de comunicação que vivem da subvenção do Estado. Por isso produzem de acordo com os interesses desse Estado que subvenciona. A Folha de Londrina, com uma equipe jovem, parece crescer para o jornalismo. Tomara que seja isso mesmo. 

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