terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Esperar que eles façam é bobagem das grandes

Entre os balanços que os grandes jornais brasileiros começam a divulgar neste início de ano, para se safarem da paradeira nos chamados nichos das notícias por causa do recesso no Congresso Nacional, nas assembléias legislativas e nas câmara municipais, surgem as oportunas matérias sobre o que fez a presidente Dilma Rousseff em 2011.

Sim. É assim que alguns jornais tratam os assuntos: não é o governo quem faz, é a Dilma. Lemos hoje, dia 3 de janeiro, que Dilma ampliou o Bolsa Família. Significa mais dinheiro injetado no programa e mais pessoas beneficiadas. Na semana passada vimos que Dilma abriu o leque dos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida. E assim vai.

O que se esperava deste governo era uma política menos assistencialista. Claro, a pobreza extrema tem que ter um programa ponta de lança, mas a partir dele outros, com enfoque mais produtivo, devem ser colocados em prática para evitar vícios.

Mas temos que considerar que vícios fazem vitoriosos nas urnas. E são várias espécies de vícios: a barganha do voto por uma churrascada de confraternização, uma cesta básica, um emprego garantido ou, no modelo atual, a garantia de manter um benefício.

O problema é que nestes últimos nove anos o Brasil mudou de cara abruptamente. Estamos, agora em 2012, vivendo uma república do assistencialismo. Pior: somos também a república das cotas, e nisso os nossos parlamentares tem culpa. E viramos o país das migalhas: damos moradias precárias e cobramos pouco por elas. Quem paga, na verdade, é o trabalhador, que banca inclusive o pagamentos das empreiteiras que viram no Minha Casa, Minha Vida um jeito de ganhar dinheiro sem ter trabalho para vender seus produtos.

A mudança foi brusca. Antes desses nove anos o governo que se instalou queria que a população fizesse o que é dever do Estado. O governo tucano de FHC criou o incentivo ao voluntariado. Mas de um voluntário idiota, que ia aos domingos e feriados consertar telhado de escola. Os tucanos queriam voluntários que não enxergam e não sentem. Portanto, não raciocinam, não tem consciência e não são cidadãos. Melhor dizendo, um falso voluntário.

São mais de uma década de desacertos. Esperar que eles acertem é bobagem. Nós é que vamos ter que gritar. E só há uma forma de dar esse grito: assumindo o nosso papel de cidadão. Já é hora de mostrar aos políticos que estamos percebendo tudo.

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