sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Se chutar as pernas da mesa ela bambeia, senhor...

O índice de saneamento básico do Brasil é de um país subdesenvolvido. Está no Atlas de Saneamento 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): apenas 45,7% dos domicílios brasileiros têm acesso a rede de esgoto sanitários. E o Brasil é a sétima economia do mundo. Como é possível?

Fácil. Soubemos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está irado com o ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Lula não aceita o país em 84º lugar entre 187 países. Lula cobra ação do governo federal por considerar o resultado injusto.

Pois bem, senhor Ex! É bom que saiba que este país só está em 84ª por causa da renda nacional bruta. Não é por causa da educação, que está abaixo da média de muitos países em estágio de desenvolvimento inferior ao nosso. Não é por causa do saneamento básico. Não é por causa do índice de leitura. Não é por causa da caipirinha e nem do charuto cubano.

Em artigo anterior a este (postagem do dia 3 de novembro) ressaltamos que o cálculo do IDH inclui a educação, a renda bruta nacional e a longevidade. Se a educação está mal e a longevidade é um embuste, então resta a questão monetária.

Mas senhor Ex, deve ser considerado que estamos no país das desigualdades. Lembra que na semana passada saiu também de um braço da ONU (Organização das Nações Unidas) os números relacionados à concentração de renda no mundo? O caso brasileiro é de poucos ricos e muitos pobres.

Então, se o cálculo do IDH levasse em consideração as desigualdades, é provável que o Brasil nem estaria entre os 187 países com IDH. Por isso, senhor Ex, acomode-se. Lembre-se que este tipo de estatística costuma ser benevolente com alguns maus. E nem todos os bons merecem justiça, pois esta média é feita com base numa matemática que coloca o mais poderoso empresário na mesma condição do seu mais simples empregado. Todos são números e nada mais.

Então, senhor Ex, não é a matemática que está errada. Quem comete equívocos é o governo que quer mostrar estampa de justo usando desses números para discursar avanços. É fácil posar de gostoso assim. É bom, portanto, se aquietar para não pagar mico.

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