quinta-feira, 10 de novembro de 2011

É pão agora e circo na campanha eleitoral

O país do tutelismo e da barganha cria dependências. Reportagem na edição desta quinta-feira, dia 10 de novembro de 2011, do jornal Gazeta do Povo (Vida e Cidadania, página 4), traz informações preocupantes sobre a bengala que o governo petista jogou nas mãos das famílias em situação de pobreza e que agora obrigam os beneficiados a se sustentarem nela.

Em vez da vara de pescar o peixe. É verdade que o Bolsa Família é uma criação dos tucanos. Foi a ex-primeira dama Ruth Cardoso quem fabricou a bengala. Mas ainda assim aquela bengala era mais assistencialista sobre as pessoas em condições extremas. Não era um direito a ser adquirido por uma maioria para compensar a falta de programas acertados de geração de renda.

O Bolsa Família do PSDB era, para o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, uma maquiagem para esconder as rugas da miséria. E temos que admitir que para a então primeira dama o programa era uma caridade necessária. Ela tinha boa intenção. Somente ela.

O Bolsa Família do petista Lula é o pão no lugar do trabalho para poder comprar comida, fogão, gás e panelas. É um enche o estômago e cala a boca. Não é isso que a reportagem assinada pela jornalista Kátia Brenbatti afirma em seu texto. Mas a produção desta profissional está perfeita e merece elogios, principalmente pelo fato da matéria ter sido publicada em um jornal que parece odiar certos temas.

O título da reportagem diz tudo: “Bolsa Família move 25% do Paraná”. A linha fina esclarece melhor: “Um em cada quatro municípios do estado depende economicamente do benefício concedido pelo governo federal”.

Consta na matéria o depoimento do coordenador estadual do Bolsa Família, Nircélio Zabot, que afirma: em alguns municípios o montante distribuído pelo programa às famílias cadastradas é maior do que o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) às prefeituras.

Dentre estas localidades destacam-se a cidade de Doutor Ulysses, no Sul, que tem 5.727 habitantes e 1.687 domicílios; e Laranjal, com 6.360 habitantes e 1.751 domicílios. Em Doutor Ulysses 52% das famílias dependem do Bolsa Família para sobreviver. Em Laranjal 53% das famílias dependem do programa. E cabe lembrar que o benefício varia de R$ 32 a R$ 242 reais, valor que varia de acordo com a renda familiar por pessoa e a quantidade de dependentes.

Existem, conforme a reportagem, 442 mil beneficiários do Bolsa Família no Paraná, onde 13% das famílias estão na dependência do Programa. Imagine a situação do Estado do Maranhão. Lá, 55% das famílias dependem do Bolsa Família. Explica-se a razão da força que o governo federal tem por ali. É pão, mesmo que amanhecido e duro. E quando chegar a campanha eleitoral haverá circo. Infelizmente é assim.

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