O 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, é no calendário brasileiro apenas uma lembrança. Poucas foram as manifestações, principalmente de cobranças, nas localidades onde os serviços públicos ainda apresentam gritante defasagem em relação à necessidade de apoio e orientação às vítimas da violência e às suas pessoas de confiança.
Nos meios de comunicação alguns articulistas trataram do assunto. Na internet, os blogueiros foram os que mais deram atenção ao tema. De forma alguma se exige uma abordagem sensacionalista. Estas mais atrapalham do que ajudam, pois às vezes colocam em exposição pessoas e situações que, por conseqüência, mais sofrem após permitirem que suas histórias se tornem públicas.
Por isso, quando mencionamos a passividade nacional, estamos colocando em evidência a cobrança. De quem? Cobrar da sociedade em geral, mas sobretudo do poder público. Este é que deixa de cumprir o seu papel, ao não disponibilizar à população serviços indispensáveis inclusive na esfera policial.
No Norte do Paraná, Londrina avança nesta questão graças a permanente mobilização da sociedade civil, através de entidades fortes e bem intencionadas. As próprias associações de moradores devem disponibilizar departamentos que tratem da questão. E nesse quesito, a população da região Sul de Londrina é modelo, inclusive pelo trabalho desenvolvido por esta Associação de Mulheres Batalhadoras do Jardim Franciscato.
Além das atividades que visam o esclarecimento das vítimas e de seus familiares, de forma que o nó da garganta seja desfeito, as articulações políticas junto às autoridades responsáveis geram frutos que, mesmo que devagar, revertem situações.
Ainda assim temos plena consciência que nem a metade do caminho a que nos propomos foi percorrida. Muito tem que ser feito. No entanto, a cada vítima que consegue ficar livre dos grilhões avaliamos, com os pés no chão, que a liberdade se fez presente em mais um lugar.
É de grão em grão, mas é muito valioso o que somamos. Sim, soma de ações, de vontade, de determinação e, principalmente, de querer dignidade e justiça para todos. Para isso mantemos as portas da nossa entidade abertas: precisamos de toda a nossa comunidade para fazer mais forte o eco dos nossos gritos.
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