segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Esta data é mais do que um feriado nacional

O que seria de nós, brasileiros, se nada houvesse sido feito naquele 15 de novembro de 1889? Seriamos ainda filhos da monarquia? Ou teríamos tido a oportunidade de experimentar outras formas de governo?
Haveria, sim, o risco de uma ditadura mais severa do que as que já enfrentamos. Como também poderíamos estar no outro extremo, com um modelo de governo muito avançado. Fosse assim estaríamos no Primeiro Mundo? Ou muito aquém desta atual condição de país em desenvolvimento?

A utopia costuma ser pródiga por pelo menos alimentar possibilidades. Ah, se fizer assim poderíamos chegar a isso! E quem sabe, de tão utópicos, não chegaríamos ao ideal? São tantas as perguntas. E se perguntamos temos dúvidas...

Como não temos respostas, vamos tentar entender o Brasil pela sua história. A monarquia estava com um pé na cova. Dom Pedro II afastava-se cada vez mais das decisões políticas. Havia um conselho de ministros que mandava em tudo, inclusive nos lucros provenientes da corrupção.

Os ruralistas queriam espaço na política, principalmente aqueles com grandes propriedades no Oeste Paulista. Os oficiais do exército arregaçam as mangas contra o regime, porque queriam livre acesso à imprensa. E a classe média ganhava força nos grandes centros, engrossada por funcionários públicos, médicos, dentistas e uma safra de empresários bem sucedidos.

E Dom Pedro II, se não mandava na política, travestia-se de autoridade para mexer em assuntos delicados. Uma das mexidas foi em temas religiosos, provocando a ira da Igreja Católica.

Por isso tudo Marechal Deodoro da Fonseca demitiu naquele 15 de novembro o conselho de ministros e seu presidente e, à  noite, assinou o manifesto proclamando a república. Um governo provisório foi instalado.

E a corrupção chegou ao fim? Que nada. Veio depois a queda da república velha, trocada mais adiante pela república nova, mais além substituída por isso e aquilo até chegar ao regime militar, à reabertura política, à Sarney, FHC, Collor, Lula, Dilma, ex-Lula, fantasmas do FHC e alguns outros. E a corrupção persiste.

Os assuntos relacionados à malandragem dos homens públicos dominam os espaços dos meios de comunicação. Merecem manchetes todos os dias. Por isso são lidos, ouvidos ou assistidos com certa naturalidade. Onde erramos? O que podemos fazer para não errar daqui para diante?

Vamos novamente à utopia: tomemos este 15 de novembro de 2011 para mudar a nossa postura em relação à política. Que tal exercermos a democracia em sua plenitude? Como? De imediato, fiscalizando e denunciando os erros cometidos pelos nossos representantes eleitos.

Parece simples, não? É difícil, mas temos que tentar para evitar que a nossa história ande em círculo: ruralistas querendo o poder, oficiais descontentes, classe média se mobilizando, igreja defendendo fatias e o povo, este alheio e roubado por pessoas que se valem da democracia para si próprias. 

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