sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Se querem brincar de política, façamos de conta

Vigora uma brutal distinção entre o cotidiano das pessoas e os bastidores dos que optam pela política como uma carreira. Enquanto o cidadão trabalha, estuda e toca a vida adiante para se aperfeiçoar no que faz e ter a oportunidade de melhorar a sua renda, o carreirista político se articula cedo, tarde e noite e pauta todas as suas ações como legislador, administrar ou parlamentar em jogadas que vão favorecê-lo no presente e somar dividendos eleitorais no futuro.

Ouvimos certa vez um político de carteirinha defendendo que a política é, sim, carreira. E até pode ser, desde que esta opção seja conduzida de acordo com a ótica de um empreendedor que visa não somente para si, mas para toda a sociedade. E é aqui que encontramos muita dificuldade para identificar, entre os políticos, aquele que faz da sua função pública uma carreira exemplar e sem manchas.

Por isso preferimos considerar que a política é um projeto, mesmo levando em conta que para executar este projeto o político necessite de renda como qualquer trabalhador. Isso é justo e a sociedade tem claro entendimento disso.

Qualquer projeto que se faça só se torna executável se tiver uma base sólida. Essa base só se monta com conhecimento do político sobre a própria política, cultura mais do que o trivial, habilidade diplomática para conviver com aliados e adversários quando a finalidade do que se propõe é de interesse da população.

Então, infelizmente, teríamos que admitir que não existe também político forte em um projeto político para o município, o Estado ou a Nação. Quem, na atual circunstância, poderia ser mencionado? Aqui a injustiça por falta de menção resta para alguns poucos.

Estamos a cerca de doze meses das próximas eleições municipais. Já conhecemos a maioria dos pré-candidatos. Desde que as atuais administrações municipais e os vereadores tomaram posse, assistimos brigas. E não foram brigas por projetos importantes. Foram brigas para bater em adversários, deitar o opositor por terra.

Muitos dos protagonistas desses embates sem nexo tentam novamente a eleição. E a nossa proposta parece simplória, repetida incansavelmente de uma eleição para outra, implorada, mas ainda assim muito válida e fundamental. Dificilmente teremos nomes de impactos para as prefeituras e as câmaras. E já nos enganamos tantas vezes optando pelos novos, pelos possíveis de fazer da política realmente política.

Ainda assim, cabe a nós fazermos de conta que entramos no jogo. E dessa forma procurar conhecer a intenção de cada um que postule uma vaga eletiva. Vão sobrar poucos se a triagem for rigorosa. Mas teremos a possibilidade de errar menos.

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