quinta-feira, 27 de outubro de 2011

É preciso ter governo para reduzir desigualdades

Os vinte por cento mais ricos do mundo são donos de setenta e sete por cento de toda a renda do planeta. E sabem de quanto é a renda dos vinte por cento mais pobres do mundo? Apenas um por cento e meio. Vamos trabalhar a diferença entre um grupo e outro: 77 menos 1,5 é igual a 75,5 por cento. Desnecessário era fazer a conta, pois o comparativo mais acessível está na análise feita de cabeça e que é real: os mais ricos do Planeta, que são poucos, são donos de quase tudo.

Essa desproporção é mostrada pelo Fundo da População das Nações Unidas em seu relatório Pessoas e Possibilidades, divulgado na quarta-feira, dia 26 de outubro de 2011. O documento chega ao público às vésperas do Planeta chegar aos sete bilhões de habitantes.

Outro dado mostrado no relatório é sobre o ser humano e a poluição. Sete por cento da população do mundo (cerca de 500 mil pessoas mais ricas) são responsáveis por cinqüenta por cento da emissão de dióxido de carbono por causa do excesso de consumo. Já os mais pobres são responsáveis por apenas sete por cento de emissão do dióxido de carbono.

O relatório recomenda o combate urgente da desigualdade numa ação sem fronteiras. Cada país deve combater a sua desigualdade e também participar de políticas internacionais que visem reduzir as desigualdades internacionais.

O Brasil, especificamente, ainda está na idade dos benefícios sociais para combater a extrema pobreza. Embora o Governo Federal, sobretudo na era lulista, costume discursar que hoje o pobre pode fazer um churrasquinho, comprar mais cervejas, fazer compras nas lojas de departamentos e visitar os supermercados com mais freqüência, os benefícios são na concepção dos programas que os sustentam e principalmente nos valores concedidos apenas amenizadores.

Por isso trouxeram em seus rastros uma indústria ilegal e imoral. Conhecemos casos de pessoas que deixaram o emprego porque com o trabalho registrado em carteira a renda familiar ultrapassava o teto para a concessão. O Benefício da Prestação Continuada, por exemplo, é encaminhado por entidades ou por órgãos do poder público. Nesses locais são feitas as triagens e os diagnósticos sócio-assistenciais. Às vezes o encaminhamento é indeferido porque a renda ultrapassa o limite. Mas há quem recorra a profissionais especializados que cobram até três parcelas do benefício como pagamento pelo serviço. E encontram um meio de fazer o processo ser aprovado.

O Brasil também é o pais do sistema de cotas. O Brasil, enfim, cria meios para reforçar as ações de pessoas oportunistas. Além do mais, programas de emergência não podem ser relacionadas como políticas de combate à pobreza e de redução da distância entre os desiguais. Benefícios e cotas apenas tapam as evidências mais latentes.

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