quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A solidariedade está acima do apelo comercial

É tempo de solidariedade. Pequenos atos representam o sentimento de algumas pessoas em relação ao próximo. São atitudes espontâneas. Ninguém que doa um panetone ou um carrinho de plástico pede voto em troca. Em nenhum momento, no futuro, aquele panetone ou aquele carrinho de plástico entrará no balanço de realizações de um político.

O Natal tem um significado religioso, mas o apelo comercial torna-se mais forte. Promoções e prêmios estonteiam os consumidores. Quanto mais compras a pessoa fizer mais cupons ela terá para concorrer a um carro zero quilômetro.

É tão forte o apelo comercial que nem as característica locais são respeitadas nas peças publicitárias e também nos eventos organizador pelo setor público. Com aquela roupa vermelha, o Papai Noel gordo e barrigudo esconde a maior parte do rosto atrás de uma barba comprida e volumosa. Calça botas feitas para enfrentar a neve. Locomove-se de trenó puxado por renas. E os bonecos de neve iluminam as noites tropicais quentes e abafadas.

As músicas natalinas tem melodias deprimentes. Em vez de levantar o astral derrubam os ânimos, entristecem, jogam as pessoas ao chão. Na voz melosa de Simone, na lamúria de Chitãozinho e Xororó, nos choraminguentos acordes dos teclados instalados em lojas, a música natalina foi feita para esquecer de um nascimento importante: a da esperança, a partir da vinda de Jesus.

Alguns autores brasileiros já cantaram as contradições dos natais tupiniquins calcados nas desigualdades sociais que fazem do Natal brasileiro um acontecimento diferente para as famílias. Quem tem mais festeja mais. Quem tem menos se contenta. Assis Valente, por exemplo, canta: “Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel...”

No entanto, temos que considerar que a solidariedade é muito superior ao comércio natalino. Sem a necessidade de decretos, leis, determinações e resoluções, ricos e pobres, sem distinção, são solidários quando o coração é grande. Isso é vitória. Na solidariedade somos iguais: quem pode ajudar com um abraço, tenha certeza, estará presenteando com a alma; aquele que tem condições de doar uma cesta básica estará amenizando carências.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE: