A notícia choca, mas é a realidade. Ela ocupa capas dos jornais e páginas nobres. “Deputados recebem 14º e ainda vão receber 15º”, diz o título da matéria publicada na página 12 do Jornal de Londrina, edição desta terça-feira, dia 13 de dezembro de 2011.
Vejamos o que significa isso com a transcrição de trecho do texto: “Os deputados estaduais do Paraná irão receber nesta semana, a última de trabalho antes do recesso parlamentar, o 14º salário de 2011” .
É preciso transcrever mais. Isso pode causar indignação no cidadão decente, mas é preciso ir mais fundo para perceber o tamanho do rombo: “No final de janeiro, uma semana antes de reiniciarem os trabalhos legislativos, os parlamentares receberão também o 15º”.
Como assim? Qual categoria de trabalhadores tem esse privilégio? E por que os deputados estaduais paranaenses têm esse adicional? Retornemos à transcrição da matéria do Jornal de Londrina: “O benefício não tem previsão na Constituição Estadual do Paraná, porém é pago por ‘tradição’ aos deputados estaduais”. Pode isso, senhor cidadão?
Mas eles, os deputados, têm suas justificativas: “Isso porque o modelo de remuneração adotado pela Assembléia Legislativa é o mesmo do Congresso Nacional, que também paga 15 salários anuais para cada deputado federal e senador”.
Só um reparo no texto: não é a Assembléia Legislativa do Paraná e nem o Congresso Nacional que pagam os deputados paranaenses e os deputados federais e senadores. O patrão destes caras somos nós, os contribuintes brasileiros. Só em Brasília são cerca de 600 parlamentares entre deputados federais e senadores.
Vejam nas reportagens publicadas hoje que só no Paraná estamos pagando aos excelentíssimos deputados estaduais cerca de R$ 2,1 milhões por ano extras aos deputados estaduais por conta do 14º e do 15º salários.
E nós, cidadãos, tentamos fazer milagres com o minguado 13º salário, que quando é pago pelos nossos patrões já está praticamente comprometido com as dívidas que temos que pagar. E nós, cidadãos, temos esse costume de ficarmos quietos como se isso não tivesse a ver com a gente.
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