segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Os homens é que são gastadores descontrolados

Há um estudo que vira do avesso uma tese que parecia consolidada. O resultado saiu na edição desta segunda-feira, dia 5 de dezembro de 2011, do Jornal de Londrina: “Mulheres gastam menos que homens”. É o que está na capa da publicação, como manchete. Vamos um pouco mais adiante, aproveitando a capa do jornal: “Pesquisa realizada pelo ProScore Bureau de Informação e Análise do Crédito, de São Paulo, contraria o mito de que as mulheres gastam mais e sem critérios. O estudo, realizado em 61 mil pontos de vendas no Brasil, mostra que os descontrolados são os homens”. Está escrito na linha fina abaixo do título da manchete. Mais um pouco: “Os homens, de modo geral, consomem produtos mais caros, principalmente no setor de tecnologia”. Esta afirmação é da diretora de marketing da empresa que realizou a pesquisa, Melissa Penteado.

É bem isso. As mulheres passaram a ter papel mais forte na economia doméstica na medida em que elas conquistaram comandos importantes no mercado profissional e na política. Se antes a luta era por direitos iguais, agora elas imperam, sem ter que carregar bandeiras em passeatas feministas, inclusive nos negócios.

Haverá quem diga que as coleções de sapatos ainda existem. Claro, vigora no consumismo algo que não podemos desprezar: a compensação. A pessoa trabalha trinta dias e quando recebe o pagamento tem o direito de aproveitar alguma sobra para adquirir o que lhe faz bem. Mas se as mulheres colecionam sapatos, há homens que compram CDs e DVDs que demoram meses para ouvir e assistir. Alguns ficam esquecidos.

A pesquisa que desfaz o mito da mulher consumista e descontrolada dá um sinal que deve preocupar os homens, principalmente por ser verdade. Exemplo: você tem um computador em casa que resolve o teu problema. A máquina está suficientemente adaptada aos seus afazeres. Mas o seu amigo comprou um modelo atualizado e você faz questão de daqui a um mês comprar um mais avançado do que o dele. Isso é descontrole. Como também um pouquinho de inveja.

Outro exemplo: o homem é o consumidor ávido dos produtos prontos que custam três vezes mais. No domingo ele corre até o estabelecimento que vende carne assada e paga caro por um produto do qual se aproveita a metade, tamanha é a quantidade de sebo que forma depois que a mercadoria esfria. A mulher, depois que passou a repartir a administração das finanças domésticas, pesa tudo criteriosamente. E compra costela no supermercado para assar em casa. E o homem vai retrucar que a mulher economizou na carne, mas está gastando mais em gás ou energia, no caso do forno elétrico. Não é bem assim.

Enfim, o que a pesquisa traz de mais importante é a clara demonstração de um amadurecimento dos gêneros. E nisso as mulheres foram as que mais evoluíram por saber o custo da vida e bem gerenciar as receitas e as despesas para dar conta do dinheiro de casa. Aliás, algumas delas tornaram-se radicais na economia...

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