segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Crônica - Singela homenagem à emancipação

(o texto é assinado por Walter Ogama)

Sim, somos um Estado e temos um governador. Ele foi eleito e tomou posse faz pouco tempo. Assim podemos considerar se levado em conta que só agora os projetos começam a aparecer. Tímidos, tais projetos estouram vez ou outra como milho que não dá pipoca, pois permanecem em grãos, duros e intragáveis.

Paraná! Este é o Estado! O nome vem do tupi. Uma tradução apressada leva a algo como semelhante ao mar. Ou o rio grande parecido com o mar. Bonito! Comemoramos neste 19 de dezembro o aniversário da emancipação política do Paraná, que ocorreu no ano de 1853.

Isto aqui era vinculado a São Paulo. Abrange toda a extensão da antiga República de Guairá, na época do Império Espanhol. Verdade, eles estiveram por aqui atrás de madeira. Levaram não só a madeira, ma também por longos anos um pedaço do Brasil.

O mais curioso: isto aqui é resultado de uma punição. O Paraná foi criado para punir os paulistas por terem participado da Revolta Liberal de 1842. Estranho, não? De qualquer forma, o Paraná tem uma capital: Curitiba. O resto, de acordo com a equipe de jornalismo da RPCTV, é tudo interior.

Tempos atrás vi uma repórter da Rede Paranaense fazendo uma matéria lá de Curitiba. Ela falou com ênfase a palavra interior quando se referiu ao Norte do Paraná. E sabem de onde ela é? A repórter nasceu e viveu em Cambé até se formar em jornalismo na Universidade Estadual de Londrina. Não é culpa dela. A emissora na qual trabalha colocou em seu manual que Curitiba é Capital e o resto é Interior.

Aliás, pensei que o nosso governador fosse outro. Disseram que ele é de Londrina, mas não tenho essa referência. Nunca o vi por aqui mais gordo ou magro, exceto no período de campanha eleitoral. Até desconfio que quem governa é outro.

Pois é neste estado de espírito que comemoramos os 158 anos de emancipação política deste nosso Estado curitibano, porque o resto é interior, isso tem que ficar bem claro. E somos, os norte paranaenses, tão pentelhos que já mudamos alguma coisa na Capital. Perceberam que andando pelas ruas centrais de Curitiba hoje é mais fácil se informar com pessoas que vivem lá? Porque antes, se pedíssemos uma informação, era capaz da pessoa mandar a gente pegar o ônibus para retornar ao interior.

Agora, vez em quando a gente acha por lá uns pezinhos encardidos de terra roxa e recorre a eles para se informar. E os caras são prestativos. Coisa de gente do interior (texto de Walter Ogama).

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