quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A dívida dos políticos para com a população

Os principais jornais brasileiros trazem em suas edições de quinta-feira, 1º de dezembro de 2011, uma informação preocupante. A base é o relatório divulgado esta semana pelo Fundo das Nações Unidas para a Criança (UNICEF) e os números são claros, diretos, indefensáveis e exigem providências imediatas: 661 mil casas são chefiadas por jovens entre 15 e 19 anos e outras 113 mil por meninos e meninas de 10 a 14 anos.

Outra verdade contida no relatório: a pobreza extrema caiu entre a população em geral, mas entre adolescentes subiu de 16,3% para 17,6%. Em relação aos homicídios, o relatório mostra que é a primeira causa de morte nesta fase da vida: “Enquanto a taxa de homicídios da população em geral é de 20 a cada 100 mil, na população de 15 a 19 anos é de 43,2 a cada 100 mil”, diz reportagem publicada em O Estado de S.Paulo.

O Brasil tem atualmente 21 milhões de adolescentes, que representam 11% da população do País. O relatório do UNICEF mostra ainda que o sexo, a cor da pele, a condição pessoal onde o adolescente vive influi na vulnerabilidade social: “A maior parte dos 500 mil adolescentes analfabetos é composta por meninos – 68,4%; no Nordeste, 32% de meninos e meninas entre 12 e 18 anos vivem em extrema pobreza”. Isso é quase o dobro da média nacional, de 17,6%.

Por isso, afirma Marie-Pierre Poirier, representante do UNICEF no Brasil: “O problema não é o adolescente, é o contexto onde ele nasce, cresce, vice”. E a conclusão aponta falhas justamente naquele que deveria garantir ao adolescente qualidade de vida, justiça, igualdade e oportunidades: “Políticas inovadoras voltadas para adolescentes no Brasil não alcançam populações vulneráveis, são descontinuadas e feitas de forma tal que mais se assemelham a projetos-piloto”.

É a dívida que os vereadores, os prefeitos, os deputados estaduais, os governadores, os deputados federais, os senadores, o presidente e seus ministros, os secretários estaduais, os secretários municipais e, enfim, o homem público tem com a população brasileira. São estes que nos representam grandes devedores morais e éticos.

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