sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

De São Nicolau ao Papai Noel tropical

São Nicolau era um bispo bonzinho. Saia à noite distribuir presentes e donativos às crianças carentes e às famílias necessitadas, para não ser reconhecido. Convicto, sofreu restrições políticas por defender a igreja. E na própria igreja certa vez agrediu fisicamente um companheiro da comunidade eclesiástica durante uma reunião.

Era, enfim, um engajado lutador das causas religiosas, mas sem engolir o que ia contra os seus ideais sociais. Por isso São Nicolau virou santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. É também patrono dos guardas noturnos da Armênia e patrono dos coroinhas de Bari, uma cidade da Itália.

Por causa daquele gesto anônimo de presentear à noite São Nicolau, que morreu no dia 6 de outubro do ano de 342, teve a sua imagem associada ao Papai Noel. Esta é uma das versões do surgimento do bom velhinho, que originalmente usava roupa verde de inverno, típica de lenhadores. São Nicolau foi o arcebispo da região de Mira, na Turquia.

A roupa vermelha do Papai Noel foi inventada no ano de 1886 por um cartunista alemão chamado Thomas Nast. O cartun foi publicado numa revista. Anos depois, a Coca Cola lançou num fim de ano uma grande campanha publicitária para melhorar a venda de seus refrigerantes, que andavam em baixa. O garoto propaganda foi um Papai Noel vestido de vermelho.

Isso ocorreu em 1931 e pode ser considerado como a primeira grande manifestação comercial de fim de ano com o uso do bom velhinho. Por isso muita gente diz que Papai Noel é uma invenção da Coca Cola. Na verdade, o bom velhinho já existia e a fabricante de refrigerante usou dele para vender mais.

A versão lendária do Papai Noel foi criada para criar o clima familiar, com o envolvimento das crianças, num mundo imaginário. Nessa versão Papai Noel é da Lapônia, norte da Escandinávia. O trenó que ele usa como meio de transporte é puxado pelas renas Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago. Claro, são as únicas renas do mundo que voam.

Quanto ao Papai Noel brasileiro, ele ainda aguarda o pagamento da segunda parcela do décimo-terceiro para encher a garupa do moto com brinquedos para os filhos. Sem trenó, sem renas e, de preferência, com um refrigerante nacional não tão caro quanto aquele que vestiu o bom velhinho de vermelho.

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