sexta-feira, 2 de março de 2012

Precisamos de alguém que ordenhe as vacas

A indignação não é pela afirmação do novo ministro da Pesca, Marcelo Crivella: “Eu não ponho uma minhoca no anzol”. Ele foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para ajeitar uma situação eleitoreira, numa trama que envolve religiões.

Na verdade, Crivella pode ser ministro da Pesca sem nunca ter pescado e até mesmo sem jamais ter comido carne de peixe por preferir os bovinos. O que ele precisa para comandar este ou outro ministério é ter boa base do que é ser um homem público investido no executivo ou no legislativo. Conhecer a Constituição Federal, ter na ponta da língua o estatuto do partido da qual pertence e ter vontade política.

Com esse básico ele terá condições de se cerca de assessores técnicos que saibam colocar a minhoca no anzol. Assessores quer não sejam cabos eleitorais dele ou da Dilma. Ou apadrinho de qualquer outro que esteja na condição de um emprego de favor em troca de meia dúzia de votos que conseguiu para fulano, sicrano ou beltrano.

Tem que ser um técnico que entenda do assunto. Será esse o profissional que jamais deverá ensinar o ministro a colocar a minhoca no anzol, mas terá o papel de subsidiá-lo com projetos técnicos apontando planos, soluções perspectivas e ações.

O outro enfoque é o da justificativa sem culpa, dita de um jeito descompromissado pelo outro ministro de Dilma, o londrinense Gilberto Carvalho. Segundo ele, Crivella facilitará relação com igrejas. Absurdo! Um bom governo governa para o povo. E no meio deste povo haverá católicos, evangélicos e pentecostais. Todos, a partir dos 16 anos de idade, são eleitores.

Se o próprio governo não entende isso, então teremos realmente que achar alguém que saiba colocar a minhoca no anzol, outro que tenha tato para tirar leite da vaca e assim por diante. Aliás, o Brasil vai caminhando para isso. E nós, brasileiros, ficamos assistindo. 

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