Há exatos 121 anos, o Brasil teve a sua primeira Constituição Republicana. A promulgação ocorreu no dia 24 de fevereiro de 1891.
Há 28 anos o Brasil testemunhou uma das grandes manifestações democráticas do País na luta pelas eleições diretas. Foi em 24 de fevereiro de 1984 que um comício em Belo Horizonte , Minas Gerais, reuniu cerca de 250 mil pessoas.
Esta data é portanto muito significativa para a democracia brasileira. Mas fatalmente somos neste momento obrigados a uma reflexão: no que estes acontecimentos deram?
Ou, de uma maneira mais dura, perguntamos: por que permitimos que as lutas do passado fossem transformadas ao longo da história em uma bagunça?
Em 2012 temos um governo que já se viu obrigado a trocar nove ministros. Essas mudanças não ocorreram porque fulano decidiu sair da vida pública para se dedicar mais à família e aos seus negócios particulares. Foram, no mínimo, por suspeita de irregularidades com o uso do dinheiro público, este que nós, os brasileiros, depositamos nos cofres dos poderes municipais, estaduais e federal na forma de tributos.
Sim, repetimos o que temos dito insistentemente neste blog: dinheiro público é levantado pelo contribuinte e todos os brasileiros são contribuintes. Os impostos estão no pão que se compra, na caixa de fósforo, no leite, no transporte coletivo, no pedágio. Quem paga é o cidadão. Quem mantém o serviço ou vende o produto apenas repassa.
Além das ocorrência na esfera do executivo já eram normais as denúncias nos legislativos, das câmaras municipais ao Congresso Nacional. E agora o judiciário.
A que ponto chegamos? As notícias sobre o uso indevido do dinheiro público são estampadas diariamente nos jornais. Sensacionalismo da impresa? Nada disso. O que é fato não deve ser omitido.
São tantas notícias de escândalos na vida pública que corremos o risco de, em breve, lermos estas informações sem indignação, achando que isso é normal.
Temos, portanto, que nos cuidar. Sempre em respeito aos milhões de brasileiros que participaram dos comícios das diretas nos anos de 1980 e pintaram suas caras de verde e amarelo nas manifestações pelo impeachment de Collor.
Estamos passivos demais e isso é perigoso. Daqui a pouco decidem que é hora de acabar com a nossa democracia representativa porque não fazemos uso dela. E se descuidar isso passa sem que a gente perceba. É hora de abrir os olhos e o coração.
Os argentinos, comentados ironicamente por muitos brasileiros, paralisam o país com os panelaços e conseguem pressionar parlamentares e detentores do poder na esfera executiva. Nem latinha de manteiga a gente tem coragem de bater.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTE: