quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O mínimo do Dieese e a economia nacional

Levantamento cujo resultado é divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese) mostra que o salário mínimo do brasileiro teria que ser, hoje de R$ 2.398,82. Isso é quase quatro vezes mais do que o que está em vigor, de R$ 622,00.

Poderíamos dizer que embora o levantamento do Dieese seja feito com bases sólidas, o valor não passe de uma utopia. Seria uma maneira sacana de subestimar estudos sérios jogando a culpa no risco da inflação.
No entanto, a lei diz que o salário mínimo deve ser em valor que atenda às necessidades vitais da pessoa. Isso inclui habitação, alimentação, saúde, lazer, vestuário, educação, higiene e transporte. É nisso que o estudo do Dieese se baseia, tomando como ponto de alicerce central o cálculo mensal da cesta básica.

Assim sendo não há utopia no valor calculado pelo Dieese. Como também não há erro na lei. O errado é como o Estado brasileiro interpreta e pratica as suas próprias leis.

Claro, se não houvesse uma defasagem histórica entre o valor que é praticado e o valor justo e correto, haveria possibilidade de um ajustamento a longo prazo.

Porém a sexta economia do mundo não tem caixa para aguentar um salário mínimo justo. E os economistas, infelizmente, são obrigados a analisar a questão de um jeito discriminatório: imagina se esse pessoal que recebe um salário mínimo tem o valor corrigido? A inflação vai lá para cima em dias, porque vai se gastar muito mais em churrasco, cerveja, CD de sertanejo universitário, pagode e outras regalias.

O problema é que essa previsão dos economistas está correta. E é nisso que o Estado brasileiro se baseia: se melhorar um pouco para o pessoal da faixa do salário mínimo, é preciso compensar com um arrocho na faixa dos que ganham um pouco mais.

Infelizmente a economia é uma ciência complexa. Bons governos tem bons economistas. Não sabemos se temos isso.

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