Vimos numa cidadezinha da região o anúncio de um evento para comemorar o Dia Internacional da Mulher, 8 de março. Sim, “comemorar”. E como? Com “um jantar delas”. Nada contra as programações festivas. Mas a data, é bom lembrar, foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para homenagear aquelas mulheres que em 1857 foram queimadas vivas dentro de um fábrica em Nova York porque pediam melhores condições de trabalho.
Exatamente isso: homenagear as mulher e nunca comemorar alguma coisa. O 8 de março é um dia de luta, porque apesar dos avanços em vários segmentos muito ainda tem que ser feito.
A mulher brasileira hoje tem mais espaço na política e na vida empresarial. Isso numa avaliação macro. Nas esfera mais doméstica muitas mulheres assumiram os controles do orçamento doméstico.
Mas ainda assim há situações que exigem alavancas. A questão da violência, por exemplo, é pontual. A Leia Maria da Penha acabou com o silêncio que predominava em muitos lares, mas ainda persiste o medo, inclusive dos vizinhos, quando a brutalidade é visível no outro lado do muro.
Lembramos também que a Lei Maria da Penha não se refere apenas à violência contra a mulher. Trata da violência doméstica. O problema é que as ocorrências tendo as mulheres como vítimas são tantas que algumas pessoas vincula a Lei especificamente à mulher.
Então, cá para nós, vamos ponderar da seguinte forma: se houver um almoço ou um jantar de mulheres no 8 de março, que isso seja uma confraternização e, mais: uma oportunidade de conversar sobre a mulher na sociedade brasileira.
Que o dia seja de luta. Sem discursos. Políticos serão bem-vindos, desde que tragam embaixo dos braços bons projetos para a sociedade contemplando a todos: a mulher, pelo seu dia de luta, as crianças, os idosos, os homens, os adolescentes e tantos outros que se sentem excluídos dos jantares-dançantes que alguns oportunistas promovem para “comemorar o Dia Internacional da Mulher”.
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